Quando Bryan chegou na casa dos meus pais sentiu um grande alivio, por poder estar em um lar aconchegante. A vida de morar sozinho sempre lhe pareceu um sonho bom! Mas a nostalgia causada pelo silencio, chão frio e tudo sempre do mesmo jeito que deixava, o fez sentir falta desse lugar.
A vida em uma cidade que fica ligada 24 horas por dia, nem se compara a pequena cidade do interior de Minas Gerais em que foi criado. Uma bela cidade, cercada por água e por um cerrado de tirar o fôlego!
Após um ótimo banho e um descanso merecido, foi dar uma volta na rua de casa, rever os vizinhos.
Encontrou uma antiga amiga - Angela, que descrevia como as coisas haviam mudado em tão pouco tempo. Em meio a conversa chegou uma amiga dela. Ela a apresentou Helena. Uma moça simpática. Conversou pouco e logo se despediu.
Prosseguiram com a conversa, e o celular da Angela apitou, ela sorriu e mostrou o torpedo:" -Angela, achei seu amigo lindo".
Quando Bryan percebeu que a mensagem era pra ele, pediu que me desse o numero do celular de Helena que ele mesmo respondesse o torpedo.
"- O amigo dela também te achou linda".
Este foi o inicio de uma boa conversa. Quando retornou para casa, trocaram mais alguns torpedo e decidiram se encontrar para se conhecerem melhor.
A tarde se encontraram no lago. É o lugar favorito desde criança, sempre que estava na cidade não deixava de ficar horas a fio neste lugar tão lindo.
Conversaram muito, Helena contou sobre sua escola, seu grupo de amigos, suas perspectivas de crescimento pessoal e profissional. Bryan identificou em Helena que apesar da pouca idade, ela apresentava características que pertenciam a ele mesma quando tinha a idade dela. Ela ainda estava no ensino médio, mas já demonstrava convicção no que esperava de seu futuro. Ele contou um pouco sobre sua experiencia na faculdade e a segunda mudança para cursar uma especialização. Ela sempre o bombardeava de perguntas e questionamentos.
Concordaram e discordaram de muitos assuntos, mas a conversa seguia bem amigável. E em um momento de silêncio, se beijaram.
Um beijo tímido transmitia uma certa insegurança. Interrompendo o beijo se olharam fixamente para entender suas reações, ela sorriu e se beijaram intensamente.
Este foi apena o inicio de muitos beijos, carinhos e encantadores encontros.
Helena o acompanhou em muitos lugares que sentia saudades, e mostrou seus lugares preferidos também. Bryan não pensava em nada além do que estava vivendo no seu lugar preferido, nas suas raízes.
Faltando apenas dois dias para suas férias acabarem e voltar para rotina corrida, chamou Helena para conversarem.
Explicou que suas feriam acabariam logo e que precisaria voltar, disse como tudo que haviam vivido o fez feliz, que aqueles dias foram muito especiais, e que ela era uma menina incrível que não a esqueceria.
Ela não quis conversar. Apenas disse que se preferia deixá-la e esquecer tudo o que viveram ele podia ir naquele momento, não precisava inventar desculpas, nem se explicar. Se virou e foi embora.
Bryan se senti frustrado por causar esse tipo de sentimento. Percebeu que as vezes a idade fala mais alto, e não poderia abandonar sua vida pra voltar a ser adolescente de novo. Se lembrei de quando tinha a idade dela, dos sonhos que tinha, dos amores que perdeu das pessoas que deixou pra traz quando resolveu ir embora. E mais um vez faria isso.
Bryan tentei conversar com Helena novamente antes de ir embora. Inútil tentativa, ela preferiu evitar despedidas, conversas e promessas desnecessárias. Angela disse que ela gostou muito de estar com ele, e por gostar é que preferiu se afastar pra não ter que sentir falta depois.
Retornando para sua rotina corrida, com a sensação de deixar algo importante para traz. Mas a vida é assim mesmo, temos que abrir mão de algumas coisas pra conseguir outras.
- Aprendi com Paulo Coelho a lidar com esse tipo de sentimento: " Em todos os ferimentos de amor, também chamados "ruptura", o único medicamento capaz de fazer efeito é o tempo. Não adianta procurar consolo em cartomantes (que sempre diz que o amor perdido irá voltar), nem em livros românticos (cujo final sempre é feliz), nem novelas de TV (onde tudo dá certo no final) ou coisa do gênero. Deve-se sofrer com intensidade, evitando-se por completo drogas, calmantes, orações para santos. Álcool só é tolerado em um máximo de dois copos de vinho por dia.
" Quem jamais foi ferido por amor´ não pode dizer:"VIVI". Porque não viveram."
(Paulo Coelho).
^^
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